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Mostrando postagens de junho, 2013

Casa do Cordel é destaque na Vila Junina

Vila Junina: Casa do Cordel celebra cultura popular

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A cultura popular nordestina é grande estrela do Forró Pé de Serra do Periperi. Para celebrá-la, a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista montou na Praça Tancredo Neves uma vila que relembra diversos aspectos da cultura popular. Casinhas de barro, comidas típicas, música e literatura de cordel ajudam a compor a Vila Junina, posicionada estrategicamente em frente ao Memorial do Forró. A casa do cordel é uma das atrações da vila. No local ficam expostos livretos de poesia, a maior parte, escritos por autores nordestinos, imagens de xilogravura, artesanato, referências ao cangaço e fotos de grandes representantes da cultura nordestina, a exemplo de Luiz Gonzaga e Patativa do Assaré. O responsável pela casa, Antônio Andrade, conta aos visitantes curiosidades sobre a arte nordestina. “O cordel floresceu aqui no Nordeste do Brasil. A presença do cordel em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se deve ao processo migratório de nordestinos, mas é uma produção eminentemente do norde

Livro: Lampião e Lancelote

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Em "Lampião e Lancelote" acontece um encontro inusitado: um cavaleiro medieval desafia um cangaceiro do Nordeste. Para o primeiro é uma justa e para o segundo um duelo. Porém, o embate é sobretudo cultural. Nas linguagens do cordel e da novela de cavalaria, Lampião e Lancelote disputam quem faz o melhor repente, cada um com suas referências. O cavaleiro Lancelote, o melhor da Távola Redonda do Rei Arthur, desafia Lampião, o cangaceiro mais famoso do Nordeste Brasileiro. O autor Fernando Vilela encontrou, no entanto, pontos análogos e relações entre esses mundos, e Bráulio Tavares, autor da adaptação para o teatro, manteve esses elementos na dramaturgia. Os dois heróis retratados neste livro são acompanhados por personagens míticos e históricos como Morgana e Maria Bonita Os personagens da adaptação teatral No teatro, a encenação é caprichada e moderna com uma montagem que, além de valorizar a cultura brasileira, encanta tanto pela beleza estética e literária - ins

Filme: Central do Brasil

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Para comemorar o dia do cinema nacional (19 de junho), assista a "Central do Brasil", um longa de Walter Salles, de 1998, com roteiro de Marcos Bernstein e João Emanuel Carneiro. O filme foi inspirado em Alice nas Cidades, de Wim Wenders.

O mal e o sofrimento por Leandro Gomes de Barros

Se eu conversasse com Deus Iria lhe perguntar: Por que é que sofremos tanto Quando viemos pra cá? Que dívida é essa Que a gente tem que morrer pra pagar? Perguntaria também Como é que ele é feito Que não dorme, que não come E assim vive satisfeito. Por que foi que ele não fez A gente do mesmo jeito? Por que existem uns felizes E outros que sofrem tanto? Nascemos do mesmo jeito, Moramos no mesmo canto. Quem foi temperar o choro E acabou salgando o pranto?

Clã Brasil: forró bom que chega!

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Analisar o grupo Clã Brasil é fugir da metáfora sem destrancar-nos da poesia. Realidade cristalina, as meninas que formam esse núcleo de sublime construção musical são ao mesmo tempo doces, amorosas e guerreiras. São flores que têm lá seus espinhos guardiões da sua compreensão musical: a defesa inegociável das legítimas tradições estéticas oriundas de mestres como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Antônio Barros, Jacinto Silva, Gordurinha, Elino Julião, entre outros. Levemos em conta também o fato de que o quarteto fantástico não caiu na pauta musical de pára-quedas. As quatro garotas são estudiosas, freqüentam os bancos acadêmicos e têm plena noção de teoria e prática na arte que escolheram por empunhar como suas espadas de peso justo. Não devemos ouvi-las com mas-mas e nem poréns. Devemo-las sagrar como realidade, conscientes de que é uma realidade que ainda evoluirá bastante, e que, excetuando mudança de ventos, será uma realidade nacional e, quiçá, internacional. Jovens, si

Conheça o sucesso do Facebook: Bode Gaiato

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De Fernanda Guerra - Diario de Pernambuco A fórmula de sucesso reúne pelo menos três ingredientes: uma imagem tosca, frases entrecortadas e o resgate de diálogos arquivados no imaginário nordestino. A combinação se tornou combustível para a explosão de memes (brincadeiras via web) no Facebook com o poder de reavivar e disseminar traços da cultura oral e dos costumes da região. As timelines (linhas do tempo) dos usuários da rede social viraram espaço para risadas ao sabor de produções tocadas por uma turma jovem e imbuída do espírito de fazer humor a partir de situações experimentadas por todos, mas, até agora, nunca reunidas e atiradas diariamente diante dos olhos de quem as vive. Uma das páginas mais conhecidas, a do Bode Gaiato , é um exemplo bem-sucedido. Criada há apenas cinco meses, já superou a marca de 745 mil curtidas - nos últimos 15 dias, ganhou mais de 400 mil seguidores. Os números deslumbram o internauta Breno Melo, de 19 anos , dono do perfil que virou febre e i

Por que Santo Antonio é considerado santo casamenteiro?

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Reza a lenda que, certa vez, em Nápoles, havia uma moça cuja família não podia pagar seu dote para se casar. Desesperada, a jovem – ajoelhada aos pés da imagem de Santo Antônio – pediu com fé a ajuda do Santo que, milagrosamente, lhe entregou um bilhete e disse para procurar um determinado comerciante. O bilhete dizia que o comerciante desse à moça moedas de prata equivalentes ao peso do papel. Obviamente, o homem não se importou, achando que o peso daquele bilhete era insignificante. Mas, para sua surpresa, foram necessários 400 escudos da prata para que a balança atingisse o equilíbrio. Nesse momento, o comerciante se lembrou que outrora havia prometido 400 escudos de prata ao Santo, e nunca havia cumprido a promessa. Santo Antônio viera fazer a cobrança daquele modo maravilhoso. A jovem moça pôde, assim, casar-se de acordo com o costume da época e, a partir daí, Santo Antônio recebeu – entre outras atribuições – a de “O Santo Casamenteiro”. Outra história que envolve a fama

Lampião no mundo das celebridades

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Por Ancelmo Gois* Octavio Iani (1926/2004), considerado um dos fundadores da sociologia no Brasil, tem um belo estudo sobre tipos e mitos do pensamento brasileiro. Para ele, o Brasil pode ser visto ainda como um país, uma sociedade nacional, uma nação ou um Estado-não nação em busca de um conceito. É neste processo de buscar uma cara que florescem as figuras e as figurações, os mitos e as mitificações de "Lampião", "Padre Cícero", "Antonio Conselheiro", "Tiradentes", "Zumbi" e outros, reais e imaginários. No caso de Tiradentes, nosso herói maior, a propaganda republicana, na ausência de um retrato feito por alguém que realmente o tivesse conhecido pessoalmente, o pintou como Cristo. Aquelas barbas podem ser pura imaginação do retratista, já que naquela época, como em alguns lugares hoje, preso não podia deixar crescer barba ou cabelo por causa dos piolhos. Com Lampião, o processo de mitificação  é interminável. Afinal, ele é  fi

Cordel "Coco-Verde e Melancia"

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Para o dia dos namorados, o romance de José Camelo de Melo Resende: "As grandes Aventuras de Armando e Rosa ou O Coco Verde e a Melancia" Coco-Verde e Melancia é uma história que alguém quer sabê-la mas não sabe o começo de onde vem nem sabe os anos que faz pois passam trinta de cem Coco-Verde era filho de Constantino Amaral morador no Rio Grande mas fora da capital pois sua casa distava meia légua de Natal Porém seu nome era Armando como o povo o conhecia mas a namorada dele essa tal de Melancia a ele por Coco-Verde chamava e ninguém sabia Então dessa Melancia Rosa era o nome dela porém Armando em criança se apaixonando por ela para poder namora-la pôs esse apelido nela Portanto, seu nome é Rosa seu pai Tiago Agostinho de origem portuguesa do pai de Armando vizinho seus sítios eram defronte divididos num caminho Quando Rosa fez seis anos e Armando a mesma idade os pais de ambos trouxeram um professor da cidade para instruir as cria

Faroeste Caboclo: um cordel urbano

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(...) Agora o Santo Cristo era bandido Destemido e temido no Distrito Federal Não tinha nenhum medo de polícia Capitão ou traficante, playboy ou general Foi quando conheceu uma menina E de todos os seus pecados ele se arrependeu Maria Lúcia era uma menina linda E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu (...) A saga de João de Santo Cristo bebe na fonte da literatura de cordel. Faroeste Caboclo tem, como disse Dado Villa-Lobos, uma certa “base de cordel”. Muito mais do que a estrutura narrativa, de linearidade, a canção traz outros elementos desse gênero de poesia popular. Todo o cordel traz em sua composição aspectos políticos, religiosos ou criminosos. Santo Cristo representa uma convergência desses três elementos. E é esse componente de marginalidade que encontra mais eco em Faroeste Caboclo: assim como nas epopéias do sertão, onde o cangaceiro era visto como um salvador dos desvalidos, o personagem da canção era um anti-herói, mas também um bandido santo (o po